“A mãe do meu filho tá gastando a pensão na balada!”
Pois é. Falar é fácil. Agora, provar…
O que muitos pais esquecem (ou fingem esquecer) é que não existe, na legislação brasileira, nenhuma obrigação legal da mãe apresentar relatório de gastos da pensão alimentícia.
Nenhuma lei exige comprovante, nota fiscal, recibo autenticado em cartório ou PowerPoint com gráficos coloridos.
A prestação de contas, meus caros, não é automática, nem obrigatória.
É um mito urbano, talvez nascido numa mesa de bar ou nos comentários raivosos de uma rede social.
⚖️ Os três pilares da pensão
A pensão alimentícia é como um tripé, e seu equilíbrio depende de três bases fundamentais:
A necessidade da criança.
A possibilidade de quem paga.
A proporcionalidade entre esses dois elementos.
Ou seja, não se trata de quem grita mais alto, mas de o que a criança realmente precisa para se desenvolver com dignidade, e o quanto o responsável pode oferecer.
🍽️ Não é só arroz com feijão
Engana-se quem pensa que pensão alimentícia é sinônimo de “comida”. Ela vai muito além do prato:
Parte do aluguel onde a criança vive;
Despesas com internet, luz, água;
Transporte, roupas, lazer e plano de saúde;
E tudo mais que estiver dentro do universo do crescimento saudável.
Pensão é o alicerce do dia a dia de uma criança. Não é caridade. Não é barganha. E definitivamente, não é argumento para atacar o outro genitor.
👩⚖️ E quem paga? Não é só o pai!
Importante lembrar: a pensão pode ser paga pelo pai ou pela mãe.
A lei brasileira é clara: não há preferência de gênero. Tudo depende do caso concreto.
O exemplo usado no vídeo com o homem como pagador é apenas uma contextualização.
Existem muitas mães, sim, que também são responsáveis pelo pagamento da pensão.
🕵️♂️ Unha feita, roupa nova e o tribunal do achismo
Acusar é fácil. Mas e a prova?
Muitos pais se revoltam por ver a mãe com a unha feita ou em uma festa e correm para dizer:
“Tá gastando a pensão com ela!”
Só que sem prova concreta, isso é puro ressentimento.
E sejamos honestos: quem paga R$ 400, R$ 500 ou R$ 600 está contribuindo, mas não sustentando toda uma vida.
Cobrar relatório para esse valor?
É como doar uma moeda e exigir prestação de contas trimestral.
🚨 Quando a coisa realmente é séria
Agora, é claro: se estamos falando de pensões mais altas — valores de R$ 4.000, R$ 5.000 — e existem sinais claros de que a criança não está recebendo nem o básico, aí a conversa muda.
Exemplos?
Criança mal vestida,
Sem acesso à escola,
Alimentação precária.
Neste caso, sim: com provas sérias, é possível recorrer ao Judiciário para que se investigue um possível desvio de finalidade.
Mas é sempre bom lembrar: precisa de provas. Indícios reais. Nada de achismos.
🧠 Mágoas e julgamentos
Muitas vezes, essa cobrança sobre como a mãe gasta a pensão vem mais de uma dor mal resolvida do que de uma preocupação real com a criança.
É mágoa, é frustração. E nesse jogo perigoso, quem sofre é quem menos tem culpa: o filho.
🧒 A pensão é da criança. Ponto final.
Vamos repetir juntos:
Pensão alimentícia é um direito da criança.
Não é uma moeda de troca.
Não é um prêmio para quem ficou com a guarda.
É responsabilidade de quem gerou uma vida.